COMUNIDADE PRIMITIVA
Na comunidade primitiva temos num primeiro momento a igualdade entre todos os membros, não existe relação alguma de superioridade, todos são indivíduos livres. A educação não era confinada a ninguém em especial, as crianças aprendiam sem a direção de ninguém. Num segundo momento temos o aparecimento do escravo que dividiu a sociedade em administradores e escutadores, tudo em função ao desenvolvimento da técnica e o crescente aumento de produção. A função de administrador se tornou hereditária e a propriedade se tornou privada, e com a existência de um escravo as pessoas além de terem se tornado dona das coisas se transformaram em dona de pessoas. A educação de administração marginalizou quem nada tinha. Uma educação sistemática, organizada e violenta, surge no momento em que a educação perde o seu primitivo caráter homogêneo e integral.
HOMEM ANTIGO
A transformação da sociedade dividida em classes o ideal pedagógico deixa de ser para todos. Na Grécia só restaram algumas lembranças do comunismo primitivo, a produção tomou rumo comercial na dimensão de seu desenvolvimento sob o controle das classes dominantes. Em Esparta todos que integravam a sociedade eram educados para a guerra, o espartano nobre não detinha outro conhecimento a não ser o das armas, já em Atenas, mesmo que colocassem a guerra como ocupação fundamental, a educação se dava de forma muito mais amena, lá a preocupação consistia em formar homens que seriam futuros governantes, devendo amor à pátria, às instituições e aos deuses. Foi o aparecimento das novas classes sociais que transformou de tal modo as velhas relações que a sua influencia se fez sentir ate na disciplina mantida nas escolas. Em todos os lugares se clamava por uma escola mais humana, mais alegre, menos rígida.
A antiga aristocracia romana e rural se firmou na indústria e o comércio. Unidos em confrarias e corporações, os comerciantes e os artesãos, que haviam aprendido a defender-se desse modo, começaram a ter influencias política e a gozar de consideração social. Achando insuficiente a educação ministrada ate então aos nobres, começaram a exigir uma nova educação. O ensino passou a ser uma verdadeira indústria, de que dependia a prosperidade dessas cidades.
HOMEM FEUDAL
As transformações que a sociedade sofreu durante o feudalismo impuseram no domínio religioso, em relação à Antiguidade, algumas diferenças de importância. A Igreja na figura do clero encontrou nos romanos a possibilidade de difundir-se. O monastério era a maior representação do trabalho organizado e “racionalizado”, ele foi também a primeira espécie de escola medieval, estas que eram divididas em duas categorias: umas destinadas à instrução dos futuros monges, chamadas “escolas para oblatas”, em que se ministrava a instrução religiosa necessária para a época, e outras destinadas à “instrução” da plebe, que eram as verdadeiras “escolas monásticas”. Não se ensinavam a ler e nem a escrever. A finalidade dessas escolas não era instruir a plebe, mas familiarizar as massas campesinas com as doutrinas cristãs e, ao mesmo tempo, mantê-las dóceis e conformadas. Durante toda a Idade Média, todos os que tinham interesses culturais e que não eram filhos de servos só poderiam satisfazer a sua curiosidade intelectual entrando para um convento. Preocupados unicamente em aumentar as suas riquezas pela violência e pelo saque, os senhores feudais desprezavam a instrução e a cultura.
RENASCIMENTO
Por ser um período de transição pode parecer impossível classificar suas características, portanto classificar suas modificações nos parece muito mais fácil. O Renascimento traz como principais características o florescimento das artes, e um vigoroso despertar de várias as formas de pensamento. A redescoberta da antiga filosofia, da literatura, das ciências e a evolução dos métodos empíricos de conhecimento caracteriza todo este período. Em oposição ao espírito escolástico e ao conceito metafísico da vida, busca-se uma nova maneira de olhar e estudar o mundo natural.
Esse naturalismo vincula-se à ciência empírica e utiliza suas descobertas para aplicá-las nas obras de arte. Os novos conhecimentos da anatomia, da fisiologia e da geometria são prontamente incorporados, possibilitando, por exemplo, a representação do volume pelo uso da perspectiva, dos efeitos de luzes e cores. Do ponto de vista filosófico, surge então uma nova concepção do mundo e do destino do homem, uma visão mais realista e humana dos problemas morais.
O movimento de transição dos períodos é uma ruptura da hegemonia enraizada pelo Clero e a Ordem Feudal, realizada por Lutero e Calvino através da Reforma. O renascimento Comercial e Urbano deu o surgimento da Universidade, formando-se ali um único centro de discussão, produção e irradiação de conhecimentos, também possibilitando a discutição do ato de ensinar.
Com a Reforma Religiosa iniciada por Martinho Lutero a educação popular tomou dimensão inusitada, a Igreja Protestante diferente da Católica estimulavam a leitura, pois se pregava que se chega a Deus pelo conhecimento, elas necessitavam que os fiéis fossem alfabetizados para estabelecer essa aproximação.
Ao outro extremo temos a criação da Companhia de Jesus e o seu “ratio studiorum” – ensinamento jesuísta – que recomendava o professor nunca se afastar Aristóteles e São Tomás de Aquino.
Montaigne aparece buscando uma pedagogia Laica, Rosseau defende que todos os homens nasceram livres, e a liberdade faz parte da natureza do homem inspirando uma nova visão da escola e da didática o que Impulsionará assim a ideologia iluminista.
Pestalozzi aparece logo em seguida para discutir a problemática da Educação e Hebart vem instaurar uma pedagogia científica, como concepção do positivismo.
Para Suchodolski a pedagogia de essência é mais antiga, pois ela toma uma matriz idealista do homem de como se portar, pois ela ocupa-se dos antigos dogmas religiosos prevalecendo em seu sentido humanista.
Já a pedagogia da existência possuí uma visão empírica do homem, analisando o que ele realmente é pelo caráter da individualidade e a quebra da religiosidade o que eleva a pedagogia da burguesia.
HOMEM BURGUÊS
A sociedade burguesa da época enfrentava duas atitudes de muita contradição: de um lado, a necessidade de instruir as massas, para elevá-las até o nível das técnicas da nova produção e, do outro, o temor de que essa mesma instrução as tornasse cada dia menos assustadiças e menos humildes. Ela então solucionou o problema entre os seus temores e os seus interesses dosando com parcimônia o ensino primário e empregando-o de um cerrado espírito de classe, como para não comprometer, com o pretexto das “luzes”, a exploração do operário, que constitui a própria base da sua existência.
Na comunidade primitiva temos num primeiro momento a igualdade entre todos os membros, não existe relação alguma de superioridade, todos são indivíduos livres. A educação não era confinada a ninguém em especial, as crianças aprendiam sem a direção de ninguém. Num segundo momento temos o aparecimento do escravo que dividiu a sociedade em administradores e escutadores, tudo em função ao desenvolvimento da técnica e o crescente aumento de produção. A função de administrador se tornou hereditária e a propriedade se tornou privada, e com a existência de um escravo as pessoas além de terem se tornado dona das coisas se transformaram em dona de pessoas. A educação de administração marginalizou quem nada tinha. Uma educação sistemática, organizada e violenta, surge no momento em que a educação perde o seu primitivo caráter homogêneo e integral.
HOMEM ANTIGO
A transformação da sociedade dividida em classes o ideal pedagógico deixa de ser para todos. Na Grécia só restaram algumas lembranças do comunismo primitivo, a produção tomou rumo comercial na dimensão de seu desenvolvimento sob o controle das classes dominantes. Em Esparta todos que integravam a sociedade eram educados para a guerra, o espartano nobre não detinha outro conhecimento a não ser o das armas, já em Atenas, mesmo que colocassem a guerra como ocupação fundamental, a educação se dava de forma muito mais amena, lá a preocupação consistia em formar homens que seriam futuros governantes, devendo amor à pátria, às instituições e aos deuses. Foi o aparecimento das novas classes sociais que transformou de tal modo as velhas relações que a sua influencia se fez sentir ate na disciplina mantida nas escolas. Em todos os lugares se clamava por uma escola mais humana, mais alegre, menos rígida.
A antiga aristocracia romana e rural se firmou na indústria e o comércio. Unidos em confrarias e corporações, os comerciantes e os artesãos, que haviam aprendido a defender-se desse modo, começaram a ter influencias política e a gozar de consideração social. Achando insuficiente a educação ministrada ate então aos nobres, começaram a exigir uma nova educação. O ensino passou a ser uma verdadeira indústria, de que dependia a prosperidade dessas cidades.
HOMEM FEUDAL
As transformações que a sociedade sofreu durante o feudalismo impuseram no domínio religioso, em relação à Antiguidade, algumas diferenças de importância. A Igreja na figura do clero encontrou nos romanos a possibilidade de difundir-se. O monastério era a maior representação do trabalho organizado e “racionalizado”, ele foi também a primeira espécie de escola medieval, estas que eram divididas em duas categorias: umas destinadas à instrução dos futuros monges, chamadas “escolas para oblatas”, em que se ministrava a instrução religiosa necessária para a época, e outras destinadas à “instrução” da plebe, que eram as verdadeiras “escolas monásticas”. Não se ensinavam a ler e nem a escrever. A finalidade dessas escolas não era instruir a plebe, mas familiarizar as massas campesinas com as doutrinas cristãs e, ao mesmo tempo, mantê-las dóceis e conformadas. Durante toda a Idade Média, todos os que tinham interesses culturais e que não eram filhos de servos só poderiam satisfazer a sua curiosidade intelectual entrando para um convento. Preocupados unicamente em aumentar as suas riquezas pela violência e pelo saque, os senhores feudais desprezavam a instrução e a cultura.
RENASCIMENTO
Por ser um período de transição pode parecer impossível classificar suas características, portanto classificar suas modificações nos parece muito mais fácil. O Renascimento traz como principais características o florescimento das artes, e um vigoroso despertar de várias as formas de pensamento. A redescoberta da antiga filosofia, da literatura, das ciências e a evolução dos métodos empíricos de conhecimento caracteriza todo este período. Em oposição ao espírito escolástico e ao conceito metafísico da vida, busca-se uma nova maneira de olhar e estudar o mundo natural.
Esse naturalismo vincula-se à ciência empírica e utiliza suas descobertas para aplicá-las nas obras de arte. Os novos conhecimentos da anatomia, da fisiologia e da geometria são prontamente incorporados, possibilitando, por exemplo, a representação do volume pelo uso da perspectiva, dos efeitos de luzes e cores. Do ponto de vista filosófico, surge então uma nova concepção do mundo e do destino do homem, uma visão mais realista e humana dos problemas morais.
O movimento de transição dos períodos é uma ruptura da hegemonia enraizada pelo Clero e a Ordem Feudal, realizada por Lutero e Calvino através da Reforma. O renascimento Comercial e Urbano deu o surgimento da Universidade, formando-se ali um único centro de discussão, produção e irradiação de conhecimentos, também possibilitando a discutição do ato de ensinar.
Com a Reforma Religiosa iniciada por Martinho Lutero a educação popular tomou dimensão inusitada, a Igreja Protestante diferente da Católica estimulavam a leitura, pois se pregava que se chega a Deus pelo conhecimento, elas necessitavam que os fiéis fossem alfabetizados para estabelecer essa aproximação.
Ao outro extremo temos a criação da Companhia de Jesus e o seu “ratio studiorum” – ensinamento jesuísta – que recomendava o professor nunca se afastar Aristóteles e São Tomás de Aquino.
Montaigne aparece buscando uma pedagogia Laica, Rosseau defende que todos os homens nasceram livres, e a liberdade faz parte da natureza do homem inspirando uma nova visão da escola e da didática o que Impulsionará assim a ideologia iluminista.
Pestalozzi aparece logo em seguida para discutir a problemática da Educação e Hebart vem instaurar uma pedagogia científica, como concepção do positivismo.
Para Suchodolski a pedagogia de essência é mais antiga, pois ela toma uma matriz idealista do homem de como se portar, pois ela ocupa-se dos antigos dogmas religiosos prevalecendo em seu sentido humanista.
Já a pedagogia da existência possuí uma visão empírica do homem, analisando o que ele realmente é pelo caráter da individualidade e a quebra da religiosidade o que eleva a pedagogia da burguesia.
HOMEM BURGUÊS
A sociedade burguesa da época enfrentava duas atitudes de muita contradição: de um lado, a necessidade de instruir as massas, para elevá-las até o nível das técnicas da nova produção e, do outro, o temor de que essa mesma instrução as tornasse cada dia menos assustadiças e menos humildes. Ela então solucionou o problema entre os seus temores e os seus interesses dosando com parcimônia o ensino primário e empregando-o de um cerrado espírito de classe, como para não comprometer, com o pretexto das “luzes”, a exploração do operário, que constitui a própria base da sua existência.
E HOJE?
PONCE, A. Educação e luta de classe. São Paulo: Cortez Editora e Autores Associados, 1981.
Escrito por Flávia Lemos Bianquini.